A obra foi lançada no começo do ano e, desde então, o autor, que há décadas estuda o fenômeno demográfico, vem pregando sobre a necessidade de mudanças robustas não apenas nas políticas públicas, mas também nas empresas. Em 2018, o mundo registrou, pela primeira vez, mais gente acima dos 64 anos do que abaixo dos cinco. Outros dados amealhados por Schurman são impactantes. Em 2030, pelo menos 35 das 195 nações terão, no mínimo, um em cada cinco habitantes acima dos 65 anos. Nos próximos dois anos, nos Estados Unidos, aqueles com 65 ou mais se igualarão em número aos abaixo dos 18. Em 2050, um em cada seis habitantes do planeta terá mais de 65 – e, nos EUA e na Europa, a proporção será de um em cada quatro. Por fim, o grupo que mais cresce, o dos octogenários, vai triplicar: de 143 milhões, em 2019, para 426 milhões em 2050.
Lembrou que, no Japão, o contingente de aposentados acima dos 65 anos já representa um terço da população. Na sua visão, não aumentou somente o número de anos de velhice, mas também os vividos numa meia-idade prolongada, mais saudável e ativa. “Será imprescindível dar apoio às pessoas para que todas tenham acesso à requalificação, ao aprendizado contínuo. E faço questão de incluir a necessidade de suporte às mulheres que estão na fase da menopausa, para que não abandonem o trabalho”, analisou.
Schurman reconhece o enorme desafio para evitar que os sistemas de previdência dos países quebrem e chama a atenção para a miopia do ambiente de negócios em relação à revolução da longevidade: “as empresas terão que ajustar seu foco num novo público consumidor. O marketing, que usou toda a sua energia nas últimas décadas para alcançar os jovens, terá que se reinventar. Os CEOs sabem que algo está acontecendo, mas ainda não pararam para pensar no que deve ser feito”. Como exemplo, cita que os americanos cinquentões respondem por dois terços das compras de carros zero.
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